quarta-feira, março 12, 2008

A B C... D?

Ai que o sol já lá vai e a lua já la vem.
E que estranha é a noite sem barulho do camião do lixo.
A vida corre com as noites assim.
Mas sem monotonia, porque essa não existe.
Pelo menos no meu mundo.
A roda viva das coisas não escolhe onde vai parar.
Apenas roda da sorte indeterminada, exclusiva ás escolhas feitas.
Ená pá podia ter sido tanta coisa, e ainda podia ter escolhido tantas outras mais.
Mas mais ainda foram as coisas que fiz e experienciei.
Mas quem falou de opções?
Nah.. é só mais uma noite sem o barulho do camião do lixo.

... mas hoje oiço o regador do jardim.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Meta-Comédia, Humor Extremo



Com uma introdução clássica, iniciam-se artigos desta natureza: enquadramento histórico, algumas citações e até mesmo algum acontecimento passado que além de contextualizar o leitor, tenta prende-lo ao texto. Ainda pensei em tentar escrever este artigo nestes moldes mas faltou-me algum tipo de motivação para o fazer, e então não o fiz. Até mesmo o facto de escrever este artigo em português já me cansa.

A piada quando demasiado simples, e temos que ter noção que este “simples” se vai tornando cada vez mais complexo com o passar dos tempos, acaba por falhar o seu objectivo. Talvez por ser algo que já foi pensado, alguma situação que ocorre frequentemente, falta de riqueza factual ou qualquer outra coisa que me borbulha no cérebro e não a consigo clarificar.

Até começo a pôr em causa se foi uma boa ideia escrever sobre este tema, e se terei eu capacidade para explicar uma coisa que é sentida por mim, e se conseguirei transmitir a ideia que sustenta a minha teoria do Humor Extremo.

O Humor Extremo trata de vários conceitos, aparentemente disconexos, desemparelhados, factos, ideias que aparentemente não têem ligação. Podemos dizer que no Humor Extremo, o Humor Semântico e Contextual representa um papel muito importante, como o cimento da pedra basilar da comédia deste tipo Humor.

Não se trata de comédia por comédia, mas de pequenas e subtis associações, relações e até algumas mutações entre conceitos e relações entre eles, de forma a que a piada “extrema” ao ser transmitida estimule o receptor a que para além de ter de compreender o significado dos conceitos individuais, ser capaz de os interligar atrávés de uma ginástica conceptual e associativa, encontrando o humor, não só no conceito individual, mas tambem nas sinuosas e nem sempre claras associações entre eles.

A isto chamo-lhe Meta-Comédia: uma comédia de alto nível, inteligente, pespicaz, flexivel, dinâmica, fluida, comédia capaz de gerar comédia. Acredito que este tipo de comédia teva a sua origem no Humor Filosófico, amplamente difundido pelos imortais Monty Python, e que pode ser vista na sua obra.

Por vezes pode ser considerada ridicula e de facto Humor demasiado Extremo para a época pode nem ser considerado Humor devendo-se isto talvez devido ás limitações dos receptores, que incapazes de compreender as ligações intrínsecas á piada, a rotulam como algo sem sentido e desta forma automaticamente a piada falha.


Exemplo de Humor Extremo:

Tipo Mogli, filho de Carolina”

Interpretação:
Mogli, miudo que vivia na selva e caçava animais ferozes. Se Mogli caçasse baleias, seria Mogli, Filho do Mar, e sendo o mar Salgado como Carolina Salgado, ex namorada de Jorge Nuno Pinto da Costa, portanto Mogli, filho de Carolina.

Humor Semântico intrínseco:
O Mogli poderia ser o filho bastardo de Pinto da Costa de de Carolina Salgado. Mogli saberia nadar? Um miudo com lança e tanga no meio do mar á caça de baleias? O puto Mogli, socio e provavelmente próximo Presidente do FCP? Uma estátua do Mogli á porta do estádio do Dragão?
E Mogli num bar de alterne de tanga e com uma lança, a cheirar a óleo de baleia, sendo assediado por velhos pedofilos?
Mogli, filho de Carolina e Pinto da Costa á semelhança de Jesus, Maria e José, o Sapateiro (e porque não Sapateiro?.)? Maria vs Carolina (descubra a vigem), Sapatarias Pinto da Costa: biqueira de aço e sapatinhos de cimento para ir ver os peixinhos.
Mogli e Baby Jesus tanguinha de leopardo e prendas de natal e iPods.
Mogli com um iPod? Que musica ouviria? Megadeth?


Chegarão os tempos onde este nível de Humor será utilizado por todos. A raça humana atingirá um nível de abstracção cómica que bastarão frases como a acima, para que todo o conjunto de associações humorísticas seja feito instantâneamente, e o poder acumulativo das mesmas potencie ainda mais o coeficiente humorístico.

Não me supreende que a maioria dos leitores possa não ter achado piada a “Tipo Mogli, filho de Carolina”, frase que necessitou de algumas associações, até secalhar difíceis e rebuscadas, o que no fim de todas elas, e ja passada alguma actividade cerebral provocou que a essência humorística tenha sido perdida. Não pretendo afirmar que o leitor que não achou piada á frase é um mentecapto, quero apenas frisar que para que o humor tenha o maior efeito possível actualmente, este tipo de piada tem de ser entendida o mais rápido possível depois de ser contada, ou o leitor perder-se-á em significados, relações, contextos dúbios e começará a desacreditar o teor humorístico da piada.

O treino deve ser mental, e a capacidade de estabelecer relações entre as coisas, com alguma criatividade e imaginação como ingredientes, deve ser desenvolvida e amplamente explorada.

O conceito de Meta-Comédia/Humor Extremo ainda não está completamente fechado, e existem definições e assunpções que deverão ser feitas, pelo que o que vos apresento aqui é apenas um esboço de algo que há já alguns tempos germina na minha cabeça.

sexta-feira, setembro 14, 2007

O Contexto Semântico

A caminhada das tribos ancestrais é longa.
Jamais na historia da cvilização alguém o tentara.
Era de uma epicidade absurda.
A convenincia era mais do que patente nos rostos suados pelo esforço empreendido a baixas latitudes.
Mas o inverso do frio ridicularizava com as mais altas esferas do pináculo sagrado boémio.

Eram tempos de seca..
E o tempo, esse escasseava.

A rudez da terceira pessoa era impriscindível, pelo menos parecia, mas certa e inegável era a segurança que oferecia. A carne que não sendo fraca era imoral, e o nexo vivia noutro país.
A confusão era harmonioza e a capacidade de abstracção fudamental.

Fugas e mistérios, oprimidos pela verdade crua e imaculada.
Eram tempos confusos.
Eram tempos de glória.
Com bons ovos se fazem omeletes.
E o resto é conversa.

quarta-feira, julho 11, 2007

O Puzzle


Era uma vez um puzze muito grande e muito complexo.
Composto por um numero quase infinito de peças,
todas elas com formas diferentes, cores diferentes,
orientações diferentes, maneira de encaixe diferentes.

Um puzzle que nunca podia ser finalizado pois era muito
complexo. Á medida que ia sendo montado, partes de
figuras eram reveladas dando a ilusão do fim estar perto.

Ilusão pois sem aviso, eis que surge uma peça nova,
confusa, sem forma aparente de encaixe.
E não encaixa, por tudo o seja tentado. e tudo volta
ao início. A confusão instala-se mais uma vez,
e o fim do puzzle parece fugir para o infinito.
Por mais que se tente montar, mais longe o fim
parece ficar. Mas não fica.

É um puzzle deve ser montado de uma forma
diferente da dos outros. o fim não pode ser o objectivo
de quem monta o puzzle. Cada peça tem de ser encarada
como um puzzle só por si. cada peça tem de ser estudada e
compreendida e o fim, esse tem de ser esquecido
e ignorado.

Após muito tempo investido as peças encaixam,
e ja poucas restam. O puzzle continua sem sentido,
embora cada uma das peças ja seja compreendida na perfeição.

Parar de montar o puzzle já não é opção nesta fase.
já não restam opções, pois quem o monta já pouco mais
sabe fazer alem de montar o puzzle.

Por fim, a ultima peça é encaixada e o puzzle acabado.
e agora o que será que mostra o puzzle completo?
Fará sentido?

E agora sem puzzle?
O que fazer?

quinta-feira, maio 10, 2007

Padrões

A padronização está instituída em tudo o que está envolvido na vida de um indivíduo

O padrão de vida é bem conhecido: o nascer, crescer, trabalhar, casar, ter filhos, reformar e morrer. A questão não é nova: quem viu o fight club tem aí um excelente exemplo de onde eu quero chegar.

A própria música que ouvimos é composta por padrões, que num todo formam um padrão, que evolui temporalmente, mas que não se afasta do padrão inicial. A própria variação obedece a um padrão, um padrão de desvio.

Estamos confinados a padrões: a linguagem, os actos, a forma de pensar. Padronizamos tudo.
A forma de trabalhar, de organizar os nossos haveres, construimos regras para atingir um padrão.

Há já alguns anos que os padrões comportamentais das populações são estudados, e a insistência nestes estudos é uma prova da validade dos resultados. Socialmente, não é dificil de prever comportamentos, pois estes seguem padrões criados por variáveis e regras que as combinam e relacionam.

Individualmente isto já se torna mais complicado. Embora façamos parte de uma componente social, onde representamos um papel do qual é espectável um comportamento padronizado, o ser mais ínitmo é obscuro. É certo que este Eu possuí pelo menos o padrão responsável pela sua integração social, mas e quanto ao resto?

O que estará escondido em cada um de nós? Talvez eu saiba um pouco acerca do meu Eu, mas e em relação aos outros? Impersonar um ser social, imitando os seus comportamentos é possível, conhecendo-o previamente e entendendo os seus padrões sociais.

O padrão mental do Eu além de bem guardado é algo que cada indíviduo vai descobrindo durante a sua vida, vai entendo, talvez até mudando. Mas é um padrão que está reservado, aprisionado em cada ser, nascerá e morrerá connosco, e nunca ninguém o virá realmente a conhecer.

Captar padrões exteriores e estabelecer paralelos entre eles e o Eu íntimo é comum, experiência da qual permite ao indivíduo enriquecer o padrão interior.

Mas porque razão este padrão existe? Será que na realidade existe? Ou não passará de um reflexo do próprio padrão social que cria este padrão de que todos nós somos diferentes, possuíndo personalidades e formas de ver e estar na vida bem diferentes?
Existirá um ser individual, ou será uma ilusão criada pelo ser social, que cria em cada um, um sentimento de unicidade.

Apesar de existirem fisicamente indivíduos distintos, haverá a possibilidade de o padrão social funcionar como um canal entre estes vários indivíduos, que iludidos e crentes da sua unicidade, representam apenas um componente de uma rede social?

Por mais que o indivíduo tente escapar a um padrão, imediatamente cai noutro. Esta recursividade parece não ter fim, o que pode levar a pensar que talvez estejamos moldados para encontrar padrões em tudo o que nos rodeia. Que a noção de padrão existe impregnada no próprio indivíduo, impregnada pela sociedade, composta pelos indivíduos.

Talvez o mundo lá fora seja um caos, mas a ilusão padronizada da realidade seja conveiente para que a componente mental do indivíduo não caia por terra. E são os padrões e restições criadas por nós que nos comandam.

E talvez o único padrão que realmente existe é a recursiva necessidade de padronizar tudo o que nos rodeia.

terça-feira, abril 17, 2007

Informação e Conhecimento


Informação e Conhecimento, palavras em voga.

A revolução da Sociedade da Informação trouxe-nos o acesso a
quantidades até então nunca imaginadas, de informação, conhecimento.
Nem toda essa informação tem o mesmo "teor informativo", a maioria dela ruído, misturado com informação "pura", com conhecimento.

Muitos de nós hoje em dia já sentimos o mesmo. Quantas vezes ao pesquisar algo na Internet se encontra tudo menos o que se pretende procurar? Não quero dizer que tudo o que não me interessa, não faça sentido existir na Internet, mas a maioria da informação nela presente é ruído, que estagna e atrasa a "Rede Global".

Num espaço de 100 anos, a Humanidade viu-se evoluir a um ritmo alucinante, e tudo indica que este ritmo aumente exponencialmente. Até que limite?
Existirá limite? Chegará o dia em que não teremos capacidade para lidar com tamanha quantidade? Chegará um dia onde o conhecimento perderá no meio de uma anarquia de informação selvagem e ruidosa?

Outro facto é a complexidade do conhecimento gerado pelos avanços nos vários domínios humanos. Muitos domínios tornaram-se demasiado complexos que poucos previligiados - mentes brilhantes - conseguem entende-los e fazer progressos na área.

Terá o Homem do futuro a capacidade intelectual de num curto espaço de tempo de 80, 90, 100 anos, absorver conhecimento de forma a poder contribuir para o avanço da Humanidade?
Terá tempo para isso? Tendo em conta o avanço exponencial do conhecimento Humano, serão 90 anos suficientes para um Homem absorver conhecimento, e gerar conhecimento? Terá tempo e capacidade para compreender apenas o conhecimento de ponto de partida?
Não se trata apenas do facto da estagnação da evolução Humana, mas o risco da regressão - a perca de conhecimento, que sem que ninguém o reconheça, se perderá.

Talvez a especialização, logo desde criança seja o caminho. Cedo o perfil de cada ser Humano será traçado, e a criança encaminhada para estudos de uma área específica.

Imagine-se este cenário: a Humanidade corre o risco de perder informações e conhecimentos de diversas áreas e domínios pois estes já são demasiados e demasiadamente complexos e necessitam urgentemente de ser salvados do esquecimento.

O processamento de informação será cada vez mais pesado, e até já nos dias de hoje existem bases de dados cheias de informação, á espera de ser processada e entendida. As bases de dados de Metereologia são um exemplo - aqui a complexidade dos cálculos são o maior problema.

Este artigo pode ser um pouco fantasioso, mas é facil perceber que se em 15 anos, a Internet evoluíu da forma que está á vista, o que será dela daqui a 100 anos? 200 anos? 1000 anos?
E a Humanidade?

terça-feira, março 27, 2007

Óscar


Este é o meu Amigo Óscar.
Feitio teimoso,
Extremamente guloso,
Mas amigo.
Um verdadeiro amigo.

Faz cerca de 9 meses que nos deixou.
Sinto a falta do ladrar dele,
Das mordidas,
Do ganir,
Das teimosias

Sinto falta da sua companhia
Do som das patinhas
Que quebrava o silêncio da noite

Sinto falta dos meus passeios com ele
Nos dias e noites frios de Inverno

Sinto falta das conversas que com ele tinha
Conversas que parecia que compreendia

Sinto falta do arfar
Quente e malcheiroso

Sinto falta dos pelos
Que encontrava espalhados pela casa

Sinto falta das suas prendas de natal
Quando assaltava a árvore e comia caixas de bombons

Sinto falta de tudo isto e mais
Sinto a falta de um amigo,
Que não falava mas ladrava
Não pensava.
Amava.
Descança em Paz.